top of page
Início: Prancheta

Atualizado: 26 de set. de 2024

"Na paisagem do rio

difícil é saber

onde começa o rio;

onde a lama

começa do rio;

onde a terra

começa da lama;

onde o homem,

onde a pele

começa da lama;

onde começa o homem

naquele homem."

Trecho de "O Cão sem plumas" de João Cabral de Melo Neto


Não seria fácil para o poeta, que sofreu as dores do Capibaribe, passear no que sobrou de rios, arroios, canais, córregos, riachos ou valões na cidade do Rio de Janeiro. Quase sempre em leito estreito e pouco profundo, aqui correm mais de 200 cursos d’água.

Com nascentes predominantes nos Maciços da Tijuca (com um pico de 1021m), da Pedra Branca (com 1024m) e de Gericinó (com 964m), as águas seguem em direção às Baía de Guanabara e Sepetiba, lagoas da Baixada de Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas ou diretamente para o Oceano Atlântico.

Foram em grande parte canalizados, escondidos no subsolo e tiveram os seus cursos alterados. Em regra geral estão degradados e os sedimentos que carregam, juntamente com o lixo ou esgoto despejados, contribuem para os eternos problemas de alagamentos e para a poluição das baías e lagoas da cidade.

O esforço para recuperar esse patrimônio, que pode e precisa seguir o mesmo caminho de outras metrópoles que em algum momento também viraram as costas para os seus rios, não é mais obra de especialistas ou somente do poder público.

Hoje qualquer iniciativa urbanística que ouse alterar essa rota de destruição só será possível com a mobilização e participação de toda a comunidade carioca.

 

Fontes:

 

Rio Carioca

Foz do Carioca no Aterro do Flamengo


“Muito antes de existir o Rio de Janeiro existia o Rio Carioca”

Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Ataíde

Apesar da sua importância no passado, o rio Carioca está quase todo canalizado, escondido no subsolo da cidade e utilizado para o transporte de esgoto pelos moradores do seu entorno. Só é visível na área da mata, na sua nascente nas Paineiras, no Largo do Boticário e na foz, na praia do Flamengo. Percorre canalizado os bairros do Cosme Velho, Laranjeiras e Catete.

Nas primeiras décadas de ocupação da cidade ele foi a principal fonte de abastecimento de água. Teve as suas águas distribuídas por chafarizes, o primeiro foi no Largo da Carioca, e pelo Aqueduto da Carioca, conhecido como Arcos da Lapa.

"No Rio Carioca banhavam-se os indios Tamoyo que cultuavam a sua magia, pois suas águas, segundo as crenças, davam beleza às mulheres e virilidade aos homens."

Placa no Largo do Boticário - Cosme Velho


"Pensei que seguindo o rio

eu jamais me perderia:

ele é o caminho mais certo,

de todos o melhor guia.

Mas como segui-lo agora

que interrompeu a descida?"

Trecho de "Morte e vida severina" de João Cabral de Melo Neto

Arcos da Lapa - O Aqueduto da Carioca


Rio Maracanã

Na Rua Francisco Eugênio, próximo a sua foz.

O Rio Maracanã, que em tupi guarani significa papagaio, tem a sua nascente nas encostas do Maciço da Tijuca, percorre com os seus 10,1 km os bairros Alto da Boa Vista, Tijuca, Maracanã e Praça da Bandeira, e desemboca no Canal do Mangue. Os rios Joana e Trapicheiros são seus principais afluentes.

O Rio Maracanã na Rua Garibaldi

Nesse ponto, na Rua Garibaldi, próximo ao antigo Bar da Dona Maria, foram jogadas as cinzas do amigo Fernando Toledo.

Em homenagem póstuma ao Fernando, Fausto Wolff, que também já nos deixou, escreveu no JB o "Réquiem para um girassol" e encerrou lembrando que "A morte levou um homem que tornaria qualquer rua, qualquer cidade do mundo um lugar melhor para se morar, um criador. Talvez houvesse descoberto coisas que não interessava ao Infinito revelar. Por isso o levaram. Como quem corta um talo de girassol com uma espada."

"Quando eu ficar assim

morrendo após o porre

Maracanã, meu rio,

ai corre e me socorre

Injeta em minhas veias

teu soro poluído

de pilha e folha morta,

de aborto criminoso

de caco de garrafa

de prego enferrujado

dos versos do poeta

pneu de bicicleta

Ai, rio do meu Rio,

Ai, lixo da cidade

de lâmpada queimada

de carretel de linha

chapinha premiada

e lata de sardinha

o castigo e o perdão

o modess e a camisinha

o castigo e o perdão

o modess e a camisinha

Ai, só dói quando eu rio,

Maracanã, meu rio

Maracanã, meu rio

Ai, só dói quando eu rio"

Aldir Blanc / Paulo Emílio - Valsa do Maracanã

LP Rio, Ruas e Risos - Aldir Blanc e Maurício Tapajós – 1984 – Faixa 9 – IMMuB


Rio Joana

A extensão do rio Joana é de 5,5 km e sua vertente fica no Morro do Elefante, na confluência dos rios Andaraí e Jacó. Ele atravessa os bairros de Grajaú, Andaraí, Vila Isabel e Maracanã. O rio dos Cachorros (Maracanã) é seu afluente.

Rio Joana na Rua Maxwell no Andaraí

Com o programa de controle de enchentes da Grande Tijuca o Rio Joana teve parte de seu curso desviado para reservatórios (piscinões) nas praças da Bandeira, Varnhagen e Niterói. O objetivo é jogar parte de suas águas diretamente na Baía de Guanabara, evitando a sobrecarga da Bacia do Canal do Mangue.

O desvio tem 1.012 m de galeria e 2.400 m com um túnel de drenagem urbana que passa sob o Maracanã, o Morro da Mangueira e a Avenida Brasil.

Foz do rio dos Cachorros (Maracanã) e rio Joana na Av. Professor Manoel de Abreu.

Desvio do Rio Joana e Túnel de Drenagem durante a construção.


Rio Trapicheiros

Com vertente na Serra da Carioca o rio Trapicheiros percorre os bairros da Tijuca e Praça da Bandeira e tem a sua foz no rio Maracanã.

Placa no Largo São Maron, Tijuca.

Av Heitor Beltrão, Tijuca.

Rio Trapicheiros - Foto de 1929


Rio Comprido

O rio Comprido tem sua vertente na Serra da Formiga e no Morro do Sumaré, com a extensão de 4,5 km percorre os bairros de Alto da Boa Vista, Santa Tereza, Rio Comprido e Praça da Bandeira. A sua foz é no Canal do Mangue na altura do Trevo dos Marinheiros.

Avenida Paulo de Frontin no bairro do Rio Comprido.

E o rio lembra o viaduto que lembra a música e a emoção de um Brasil sofrido mas em luta, que aparece na canção que se transformou no hino da anistia.

"Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos

A lua tal qual a dona do bordel

Pedia a cada estrela fria

Um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu

Chupavam manchas torturadas

Que sufoco!

Louco!

O bêbado com chapéu-coco

Fazia irreverências mil

Pra noite do Brasil

Meu Brasil!

Que sonha com a volta do irmão do Henfil

Com tanta gente que partiu

Num rabo de foguete

Chora

A nossa Pátria mãe gentil

Choram Marias e Clarisses

No solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente

A esperança

Dança na corda bamba de sombrinha

E em cada passo dessa linha

Pode se machucar

Azar!

A esperança equilibrista

Sabe que o show de todo artista

Tem que continuar"

João Bosco e Aldir Blanc - O bêbado e a equilibrista


Canal do Mangue

Com o objetivo inicial de secar a vasta superfície alagada mais tarde conhecida como Cidade Nova, reduzindo-a a um estreito canal que recebesse as águas pluviais e a dos riachos da redondeza, em 1860, juntamente com o Gasômetro no Aterrado, é inaugurado o primeiro trecho do canal, que se estendia até a Ponte dos Marinheiros. Após o aterro do saco de São Diogo, grande manguezal que unia a área de São Cristóvão ao Paço Imperial, se completa o traçado atual do Canal do Mangue, que inicia na Praça XI e deságua na Baía de Guanabara.

São afluentes ao canal os rios Papa-Couve, Comprido, Maracanã e o remanescente do Joana.

Fontes: Reficio, A partir de texto original “Canal do Mangue”, por Charles Julius Dunlop

Avenida Francisco Bicalho

Avenida Presidente Vargas

A entrada da Avenida do Mangue 1911 - BN Digital

Avenida Mangue - Ribeiro, Antônio Caetano da Costa - BN Digital

Avenida do Mangue e Fábrica de Gás - Coleção Dunlop (Domínio Público)

Planta do Rio de Janeiro 1831 - Michellerie, E. de La - BN Digital
O Mangal de São Diogo terminava nas proximidades da atual Praça da República. Gravura de François-René Moreau, século XIX. BN Digital
Vista do Saco de São Diogo - Gravura de Friedric Salathé 1835. Domínio público

Rio Faria

Com 8,0 km de extensão o Rio Faria tem a sua nascente na Serra dos Pretos Forros e percorre os bairros de Água Santa, Piedade, Encantado, Engenho de Dentro, Inhaúma e

Higienopólis, onde se encontra com o Rio Timbó formando o Canal Faria-Timbó. São afluentes os rios Faleiro, Méier e Frangos.

Rio Faria - Linha Amarela em Inhaúma - Ao fundo a esquerda a Torre do Shopping Nova América em Del Castilho

Vista da passarela na Linha Amarela em Inhaúma. Ao fundo o Morro do Alemão.

Av. Henriete de Holanda Amado no Engenho de Dentro.

Deságue do rio Méier no rio Faria, na mesma avenida.

Rio Faria - Praça dos Garis - Encantado
 

CG Silva


Aquele beijo

Nunca esqueci,

Haveria estrelas

No céu,

Acaso eu,

Aquele beijo?

Certa feita,

Vi enamorado o Tajo em Toledo,

Depois, vi solitário o Tejo em Lisboa

Cruzando a ponte Vasco da Gama,

Mas não vi o rio

Que banhava a aldeia de Pessoa.

Em Paris, vi o afogo Sena

E a Pont Royal de Camus,

Nenhuma jovem

Com a nuca fresca e molhada

Para me salvar da angústia.

O Rio da Prata

Nada me disse,

Chovia e fazia muito frio,

Nenhum romance portenho,

Exceto na esquina da Garay,

Onde o Aleph.

Ah! Mas o Timbó,

Afluente do meu desespero,

Banha o subúrbio,

Os primeiros anos,

Aquele beijo,

As águas escuras

Da minha existência,

Essa incolor solidão.

O Timbó carrega suas dores,

Depositados todos os comprimidos

Na baía do estômago.

Para onde escorre esse rio

Que nunca me traz um baixio?

 

Rio Méier

A nascente do Rio Méier fica no Morro da Boca do Mato e ele atravessa, com seus 3,47 km de extensão, os bairros de Méier, Todos os Santos e Engenho de Dentro.

Rio Méier na Rua Intendente Cunha Menezes esquina com Dias da Cruz. Foto:Vidomar Tosato (2011)

Rio Méier em Engenho de Dentro próximo a sua foz.


Rio Faleiro

O Rio Faleiro é afluente do Faria, percorre os bairros de Piedade, Abolição e Pilares e tem 2,8 km de extensão.

Rio Faleiro - Vila Cristóvão Colombo - Pilares - Ao fundo a Rua José dos Reis.
Rio Faleiro - Vila Cristóvão Colombo - Pilares.


Canal do Cunha

As águas dos rios Faleiros, Frangos, Méier, Faria Timbó, Salgado, Jacaré e Dom Carlos, além dos canais de Benfica e Manguinhos, desaguam em uma única saída para a baía: o Canal do Cunha.

Canal do Cunha na Avenida Brasil - ao fundo a foz do Rio Jacaré.

Fotos 3 e 4 - Mário Moscatelli

O Canal do Cunha é o escoadouro de uma região hidrográfica extremamente fragilizada ambientalmente com afluentes de resíduos industriais e domésticos, além de um contínuo processo de agressão às suas nascentes e margens, cujo resultado são as enchentes e os deslizamentos de terra. O adensamento populacional sem prévias preocupações urbanísticas, agravado pela injustiça da desigualdade social e da usurpação de direitos formam o cenário distópico de cidade excludente e degradação ambiental.


Canal da Penha

A extensão do Canal da Penha é de 3,9 km e ele percorre os bairros da Penha e Penha Circular. Inicia na confluência com o rio Irajá e deságua na Baía de Guanabara. São afluentes o rio Escorremão e o canal Grugaí.


Rio Acari

Rio dos peixes acarás em Tupi, o rio Acari percorre com os seus 20 km os bairros de Marechal Hermes, Barros Filho, Coelho Neto Acari e Jardim América. A sua nascente fica na confluência dos rios Sapopemba e Tiquiri em Guadalupe, cujas nascentes estão na serra de Gericinó, e sua foz no rio Meriti no Jardim América. São afluentes, além dos citados, os rios dos Cachorros I e II, das Pedras (Coelho Neto) e Calogi.

Rio Acari - Ponte na Rodovia Presidente Dutra - Irajá
Rio Acari - Av. Cel. Phidias Távora - Jardim América - Próximo a foz no rio Pavuna.

Rio das Pedras (Coelho Neto)

O Rio das Pedras atravessa os bairros de Vila Valqueire, Praça Seca, Campinho, Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, Rocha Miranda e Coelho Neto, onde deságua no Rio Acari. São afluentes os rios Sanatório, Fontinha e Ninguém.

Rio das Pedras - Rua dos Diamantes - Rocha Miranda

Ponte sobre o Rio das Pedras na rua Ururaí - Coelho Neto, em 1967 - Acervo do Correio da Manhã - Arquivo Nacional

Rio Sanatório

Percorrendo os bairros de Turiaçu e Rocha Miranda, com 3,5 km, o rio Sanatório deságua no rio das Pedras.

Rio Sanatório - ao lado da estação de trem em Rocha Miranda


Rio dos Cachorros I

O rio dos Cachorros é nome recorrente na hidrografia carioca. São encontrados homônimos no Irajá, na Tijuca e no Jardim América. Esse último inicia o seu curso próximo à Estrada da Água Grande, desce as ruas Lupicínio Rodrigues e André Filho e atravessa a Avenida Brasil e Rodovia Presidente Dutra antes de chegar ao Jardim América.

A sua foz fica no Rio Acari, na confluência com o Rio Meriti, já se aproximando do deságua na Baía de Guanabara.

Rio dos Cachorros I - Rua Ministro Artur Costa - Jardim América.
Rio dos Cachorros I - Rua Otávio Mangabeira - Jardim América - próximo a foz no entroncamento do rio Acari com rio Pavuna.
Rio dos Cachorros I - Estrada da Água Grande esquina com rua Manuel de Araújo - Irajá

Rio dos Cachorros II

Com 6,3 km de extensão e deságue no rio das Pedras, o rio dos Cachorros II fica no bairro de Irajá.

Rio dos Cachorros II - Av. Tenente Rabelo - Irajá
Rio dos Cachorros II - Rua Bellini - Irajá

Rio Quitungo

O rio Quitungo atravessa os bairros de Vila Cosmos, Vila da Penha, Brás de Pina e Cordovil, onde fica a sua foz no rio Irajá.


Rio Quitungo - Av. Meriti - Vila da Penha

Rio Irajá

Com 8,2 km de extensão, o rio Irajá atravessa os bairros de Vicente de Carvalho, Irajá, Brás de Pina e Cordovil. A sua nascente fica na Serra do Juramento e a foz na Baía de Guanabara. São afluentes os rios Bicas, Quitungo, Arapogi e os canais Castelo Branco e da Penha.

Rio Irajá - Av. Pastor Miranda Pinto - Irajá


Canal do Jardim de Alah

Com pouco menos de 1 km de extensão da Lagoa Rodrigo de Freitas até a praia, o canal do Jardim de Alah separa os bairros de Ipanema e Leblon.

A comporta no canal é a única ligação da Lagoa Rodrigo de Freitas com o mar e ajuda a controlar o seu nível d'água.


Canal da Visconde de Albuquerque

Percorrendo a avenida com o mesmo nome no Leblon, o Canal Visconde de Albuquerque recebe as águas do rio Rainha, que tem a sua nascente no Alto da Boa Vista, e deságua no Oceano Atlântico.

As seções estranguladas em diversos pontos do canal são provavelmente causadores de alagamentos na região.


Canal de Sernambetiba

Localizado no bairro de Recreio dos Bandeirantes, o Canal de Sernambetiba forma-se a partir do encontro dos rios Vargem Grande e Morto. São também afluentes o Canal das Piabas e os rios Bonito e Cascalho. O seu deságue é no Oceano Atlântico.

Vista da Praia da Macumba - Recreio dos Bandeirantes

Estrada Vereador Alceu de Carvalho - Recreio dos Bandeirantes


Arroio Fundo e Rio do Anil

O Arroio Fundo, que tem a extensão de 3,7 km, surge na confluência do Arroio Banca da Velha com o Rio Grande em Jacarepaguá. São afluentes o Canal Isabel Domingues e o Rio do Anil. Deságua na Lagoa de Camorim.

Já o Rio do Anil, cuja extensão é de 2,8 km, nasce na confluência do rio Quitite com o córrego Panela. São seus afluentes o rio dos Passarinhos (Anil) e a vala da Antártica.

O Arroio Fundo e o Rio do Anil, com as lentes do biólogo Mário Moscatelli.


Rio das Pedras (Jacarepaguá)

O rio das Pedras em Jacarepaguá tem a sua nascente na Serra dos Três Rio, no Maciço da Tijuca e sua foz na Lagoa da Tijuca. Com a extensão de 3,8 km, é seu afluente o rio do Retiro.

O rio das Pedras e o Sistema Lagunar de Jacarepaguá com as lentes reveladoras do biólogo Mário Moscatelli, as quais denunciam a insensatez com que tratamos os nossos rios, lagoas e baías.


Rio Piraquê

O rio Piraquê surge na confluência do rio Cabuçu com o valão José Sena, próximo à ponte na avenida D. João VI, em Guaratiba. Sua extenção é de 3,1 km e deságua na baía de Sepetiba. São afluentes os valões das Cinzas e das Pedras, o rio ABC e o canal do Jardim Garrido.

Rio Piraquê, próximo à Estrada da Matriz - Fotos: Mário Moscatelli


Rio Guandu

O Rio Guandu é o principal responsável pelo abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

O seu volume é resultado de um sistema que inicia na cidade de Barra do Piraí, onde a Usina Elevatória de Santa Cecília transpõe as águas do rio Paraíba do Sul em direção ao Rio Piraí e posteriormente Ribeirão das Lajes, que na confluência com o Rio Santana se denomina Rio Guandu. O seu curso final retificado, em Santa Cruz, leva o nome de canal do São Francisco e deságua na Baía de Sepetiba.

Seropédica-Nova Iguaçu - Captação da ETA Guandu - Foto: Divulgação-Comitê Guandu

Esquema geral do Complexo Hidrelétrico de Lajes - Fonte: LABHID da COPPE
 

ooo




Atualizado: 4 de jun. de 2022

Há um Rio que desce as escadas, e quase sempre sobe com a marca nas costas de mais um dia de trabalho.

A escadaria de acesso à Ladeira do Faria pela Rua Bento Lisboa é a principal conexão dos moradores do Morro da Providência com o centro da cidade. Paralelo à escada sobe também o abastecimento de água. O terreno ao lado, acima do túnel João Ricardo, já abrigou o cortiço Cabeça de Porco, demolido para a sua construção. Yuri Lueska no blog "Junho" analisa, a partir dos periódicos da época, o espetáculo dantesco e eugenista da expulsão dos seus moradores.

"Manoel não sobe!

Eu vou subir tia

De qualquer maneira

Vou chegar lá no Geraldo da Tamarineira

Eu vou tomar tia um Pau Pereira

Depois então passo

No velho Mário

O homem que conhece o meu passado

Eu vou tomar tia um Pau Pereira fiado"

("Eu vou subir Tia"  de Manoel Ramos, obra-prima imortalizada por Tantinho no magistral cd "Memória em Verde e Rosa")

Morro de São Carlos, Estácio (Malta, Augusto 1933)

Favela - Gravura (Perez, Rossini, 1956)


Providência

Cada degrau, uma lembrança.

O mundo é pequeno. O Morro da Providência não!


Numa vasta extensão

Onde não há plantação

Nem ninguém morando lá

Cada pobre que passa por ali

Só pensa em construir seu lar

E quando o primeiro começa

Os outros depressa procuram marcar

Seu pedacinho de terra pra morar

E assim a região

Sofre modificação

Fica sendo chamada de a nova aquarela

E é aí que o lugar

Então passa a se chamar favela

Favela - Jorge Pessanha e Padeirinho


Escola José Bonifácio

Só entendi muito tempo depois.

Centro Cultural José Bonifácio, na Rua Pedro Ernesto, antiga Rua do Cemitério, na Gamboa.


Valongo

Escadaria de acesso ao Jardim Suspenso do Valongo e à ladeira do Pedro Antônio.

Na encosta do morro do Valongo, que se comunica com o morro da Conceição, o jardim suspenso é um aproveitamento do muro de arrimo construído sobre a rua Camerino durante as grandes obras da reforma urbana promovida pelo prefeito Pereira Passos em 1906. O Projeto é de Luiz Reis.

Fonte: Guia da Arquitetura Eclética no Rio de Janeiro

Valongo e a Memória da Escravidão - Brasiliana Iconográfica


Saúde

"Quem tá gemendo

Negro ou carro de Boi?

Carro de boi geme quando quer

Negro não

Negro geme porque apanha

Apanha pra não gemer

Gemido de negro é cantiga

Gemido de negro é poema

Geme na min'halma,

A alma do Congo,

Do Níger da Guiné,

De toda África enfim

A alma da América

A alma Universal

Quem tá gemendo

Negro ou carro de Boi?"

Solano Trindade - Quem tá gemendo? em Cantares ao meu povo


Gamboa

Becco das Escadinhas do Livramento

Ladeira do Livramento - Rua Miguel Saião

Rua do Propósito - subida para a Escola Antônio Raposos Tavares

Rua do Propósito - Vista para o Moinho

Cemitério dos Ingleses - Gravura - BN Digital


Santa Teresa

O bairro de Santa Teresa situa-se no Maciço da Carioca, local originalmente ocupado pelos índios tamoios e em cuja floresta nascia e corria o Rio Carioca.

O livro "Urbanismo de Colina: Uma tradição luso-brasileira" descreve a morfologia urbana do sítio de Santa Teresa (ou Morro do Desterro) e analisa que a sua configuração partiu da necessidade de adaptar-se à topografia. O sistema de vias de conexão é complementado "por um conjunto de escadarias que serve de atalho para que o pedestre possa encurtar o caminho da base ao alto do morro".

 

São 382 degraus até à Penha.

Outras escadas subi.

Elas não levam ao céu.

Acesso ao Convento de Santo Antônio pelo Largo da Carioca

Acesso ao Convento de Santo Antônio pela avenida República do Chile

Matriz Santa Rosa de Lima no Jardim América


"Gente boa, Onde Aniceto está?"

"Gente boa, onde o Aniceto está? Foi pra bem longe Quero ver quem vai dizer em verso Onde se esconde

Lá na Portela Ninguém fica de bobeira Mas o Império Serrano também é Em Madureira

Quem é bom já nasce feito Quem é bom não se mistura Que saudade do pagode do Arlindo Em Cascadura

Já pedi pro meu São Jorge Pra guiar o meu destino Na igreja do Guerreiro eu rezei Lá em Quintino

Tem botija, água santa Usina e universidade Alô, Caixa, alô, 18, alô, Povão Da Piedade

E gente boa, onde o Aniceto está? Foi pra bem longe Quero ver quem vai dizer em verso Onde se esconde

E gente boa, onde o Aniceto está? Foi pra bem longe Quero ver quem vai dizer em verso Onde se esconde

Vou seguindo a trajetória Mas o trem tá muito lento E a parada obrigatória, onde é? Engenho de Dentro

Méier, Engenho Novo Sampaio, Rocha, que canseira Riachuelo, São Francisco, e até que enfim Minha Mangueira"

"Geografia Popular" - Marquinhos de Oswaldo Cruz/Edinho Oliveira/Arlindo Cruz


“Do Leme ao Pontal

Não há nada igual”

Praia do Leme - Acesso ao Caminho dos Pescadores

Posto de Salvamento 2 no Leme

Acesso à Rua General Barbosa Lima pela Avenida N. S. de Copacabana

Acesso ao Beco Filipão - Rua Santa Clara - Copacabana

Praia de Ipanema - em frente à Rua Vinicius de Moraes

Posto de Salvamento 9 em Ipanema

Acesso ao Pavão-Pavãozinho pela Rua Sá Ferreira

Pedra do Arpoador

Acesso ao Banheiro público na Avenida Atlântica - Praia de Copacabana


Cd Warner 25 Anos - 2001 - Faixa 11 - IMMuB


Blondel 0,63<p+2e<0,65

Rua do Lavradio - CIEP José Pedro Varela

Praça Virgílio de Melo Franco

Cais na Praça Marechal Ancora

Castelinho do Lloyde - Gravura de Chapman, Grover 1977

Buraco do Lume - Praça Mario Lago

Hotel Glória - Avenida Beira Mar

Murada da Glória - Avenida Augusto Severo

Rua da América - Santo Cristo

Palácio Pedro Ernesto - Câmara Municipal na Cinelândia

Biblioteca Nacional na Cinelândia

Biblioteca Nacional Resiste

Academia Brasileira de Letras na Praça Poeta Manuel Bandeira

Arquibancada do Sambódromo - Setor 3

Teatro Municipal do Rio de Janeiro - Praça Mal Floriano - BN Digital


mas como ilumina...

Madalena

 

ooo


Atualizado: 2 de dez. de 2021

A calçada não tem dono. Não é de quem a projetou, não é de quem a construiu.

Ela é de quem nela passeia, mora ou trabalha; dos transeuntes apressados e dos que vagueiam; é dos cachorros e dos bebês em seus carrinhos.

É também do lixo que aguarda os catadores e os garis, da banca de jornais, das mesas e cadeiras dos bares. Dos que bebem o chope em pé e dos que param para conversar ou namorar.

Se enfeita para as festas e se encolhe para consertar a tubulação do esgoto.

Só o meio-fio segura o seu desejo expansionista.

Calçadão de Copacabana


Calçadas Cariocas - Secretaria Municipal de Urbanismo 2019

Início: Entre em contato
bottom of page